O Ministério dos Transportes divulgou no Fórum de Desempenho de 2023 que, somados os valores definidos para o orçamento deste ano e na Emenda Constitucional do Bolsa Família, ficaram assegurados R$18,8 bilhões a serem aplicados na logística nacional de transportes. Deste valor, R$1,7 bilhão foi destinado à retomada e à intensificação de obras a fim de preparar rodovias para o período de chuvas e de diminuir o número de acidentes graves em todo o país.
No mês de junho, aconteceu o Brasil Road Invest 2023, realizado na B3 em São Paulo, que reuniu representantes do Ministério dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e concessionárias de rodovias para o lançamento da nova política de concessões rodoviárias federais. Essa nova política prevê contratos mais modernos e com novos mecanismos regulatórios e tecnológicos que vão acelerar o desenvolvimento logístico do país.
Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), Sergio Sukadolnick, “a nova política de concessões deve gerar maior segurança no transporte de produtos perigosos, eliminando sinistros fatais e de alta gravidade, concretizando-se em uma ferramenta para alavancar a construção de novas rodovias modernas e com tecnologias que agreguem também economia de custos com manutenção e consumo”.
O transporte de produtos perigosos exige equipamentos especiais e com características muito diferentes dos outros tipos de carga, desde a construção de equipamentos mais seguros até aspectos de prevenção como minimizar possíveis vazamentos em caso de sinistros. Uma rodovia deve considerar os novos equipamentos com volumes e peso superiores aos que são utilizados.
“A maioria dos veículos de carga anteriores (mais de 30 anos) possuía cinco eixos e 40 toneladas de peso bruto total carregado. Hoje são veículos de nove eixos e 74 toneladas de peso total bruto combinado (PBTC). As novas concessões devem considerar barreiras e caixas de contenção para possíveis vazamentos e redução de impactos às pessoas e ao meio ambiente, evitando por exemplo que o produto chegue a ponto de captação de água potável”, completa Sukadolnick.
A ABTLP espera que na construção das rodovias sejam exigidas alças de acesso com maior raio de manobra e alongamento na entrada e na saída para aceleração e desaceleração compatíveis com esses equipamentos. De acordo com a entidade, a maior causa de sinistros fatais são ultrapassagens em rodovias de pista simples com duplo sentido de direção. Embora o custo de construção de rodovias de pista dupla seja superior, elas devem ser priorizadas.
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