Em julho deste ano, o Relógio do Clima, projeto criado pelos ativistas e artistas americanos Andrew Boyd e Gan Golan, foi projetado no Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro, a fim de destacar o tempo que resta para que a emissão de gases de efeito estufa chegue ao limite – pouco mais de cinco anos, segundo o relógio.
Os dados expostos pelo projeto foram apurados por outro relógio, idealizado pelo Instituto Mercator de Pesquisa sobre Bens Comuns e Mudança Climática, da Alemanha. Este, além de alertar a respeito do tempo que falta, também enfatiza a quantidade de CO2 que ainda podem ser lançada à atmosfera até que seja registrado um aumento na temperatura do planeta.
Hoje, o setor do transporte rodoviário de cargas (TRC) é um dos modais que mais emitem gases poluentes na atmosfera. De acordo com o Boletim de Conjuntura Econômica de Julho de 2023, publicado pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), o volume de serviços do setor aumentou 23,7% em março, representando, então, um número crescente de poluição do ar.
O setor, entretanto, está ciente de tais fatos e vem se movimento para que pautas ambientais e ligadas à sustentabilidade sejam cada vez mais debatidas entre os representantes do setor. Para José Alberto Panzan, presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Campinas e Região (Sindicamp), o papel das entidades de classe que representam o TRC deve ser de apoio, de disseminação de informações e de inovações, e principalmente, de conscientização.
De acordo com o presidente, “a preocupação com a preservação do meio ambiente tem se tornado cada vez mais urgente não apenas para as empresas transportadoras de carga, mas para o mundo também”. Segundo dados coletados pela CNT em 2022, o Brasil possui cerca de 260 mil empresas transportadoras de cargas. Num universo imenso como este, o papel das entidades, dos sindicatos, das associações e das federações é essencial para a organização de debates e de reivindicações.
Para dialogar com os associados ao Sindicamp, José Alberto destaca algumas medidas tomadas pela entidade a fim de contribuir para a conscientização das empresas da região de atuação do sindicato. “Temos abordado e discutido várias iniciativas por meio de eventos como o Programa de Inovação e Gestão Empresarial, realizado há quase duas décadas pelo Sindicamp, que trouxe temas relacionados à sustentabilidade e a ESG (sigla para sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) ao longo dos anos, trazendo especialistas, empresários e técnicos para poderem falar para nossos associados”, comenta.
Além de fomentar discussões, Panzan ressalta a parceria com a CNT e com o Sest Senat. O Sindicamp tem uma viatura do Projeto Despoluir à disposição dos associados e das empresas da região para que possam aferir a emissão de poluentes de sua frota, apoiando também o Projeto Carbon Zero da CNT. “O Despoluir nos auxilia no controle de emissões de poluentes, verificando semestralmente nossos veículos, se estão bem regulados, e atendendo a legislação”, conta Panzan.
“Entendemos que a preocupação com o meio ambiente não pode e nem deve ser resumida a demandas e a projetos pontuais. Em parceria com a Raízen, por meio do Instituto AR, da Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo (Fetcesp), foi disponibilizada para as empresas associadas a oportunidade de utilizar créditos de energia verde, diminuindo a conta de energia elétrica das empresas”, finaliza.
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