A Bridgestone está empenhada em oferecer pneus cada vez mais inteligentes, conectados e sustentáveis para o cliente brasileiro. E o Marcos Aoki, diretor comercial, conversou exclusivamente com a Rede do Transporte e explicou isso e muito mais! Confira!

Rede do Transporte: Do volume de vendas, como está distribuído atualmente o portfólio tanto de Bridgestone como dos recapados Bandag?

Marcos Aoki: A Bridgestone oferece um portfólio completo que contempla tanto pneus novos quanto soluções de recapagem por meio das marcas Bridgestone, Firestone e Bandag. Trabalhamos para atender a diferentes perfis de clientes, sempre com foco em maximizar o custo-benefício e a sustentabilidade ao longo do ciclo de vida do pneu.

Nossas soluções de recapagem são parte essencial dessa estratégia, proporcionando maior eficiência operacional para nossos parceiros e contribuindo para práticas mais sustentáveis no setor de transporte. O portfólio disponível e os lançamentos estão diretamente conectados ao portfólio de pneus, oferecendo as melhores opções.

Apesar de não divulgarmos dados locais de volume de vendas, por diretrizes da companhia, uma informação interessante é que o Brasil apresenta uma grande representatividade de pneus comerciais e bandas de recapagem em comparação com outros países, como os Estados Unidos.

RT: Como é atualmente o suporte técnico oferecido aos clientes? Como a rede está preparada?

MA: A Bridgestone dispõe da maior rede de revendas do segmento no Brasil, com mais de 800 pontos de venda, sendo mais de 250 especializados em veículos pesados e mais de 100 unidades para reforma de pneus, todos estruturados para oferecer suporte técnico especializado e serviços de alta qualidade.

Nossa equipe comercial, assim como a equipe de nossas revendas, está preparada para atender os diferentes perfis de frotistas e motoristas brasileiros, desde os autônomos até as grandes frotas. Para garantir que nossos clientes recebam o melhor em consultoria técnica, manutenção e gestão de pneus, investimos continuamente no treinamento das equipes e na modernização dos pontos de venda.

Como parte dessa estratégia, recentemente inauguramos um novo centro de treinamento especializado em nossa planta de Santo André e utilizamos tecnologias digitais para auxiliar na gestão inteligente de frotas, promovendo eficiência e segurança no transporte de cargas. Paralelamente, temos uma equipe técnica exclusiva e especializada no atendimento aos nossos parceiros Bandag, visando monitorar o processo de recapagem e garantir a entrega de um produto com qualidade e confiabilidade.

RT: Os pneus estão entre os três maiores custos do transporte. Mesmo sabendo disso, ainda existe muita negligência com os pneumáticos. Quais são os principais “deslizes” cometidos e como a Bridgestone trabalha isso com o transportador/autônomo?

MA: Sabemos que, além do custo, o pneu e a banda de rodagem são os únicos pontos de contato do veículo com o solo, ou seja, suportam todo o peso, aceleração e frenagem, e necessitam de cuidados para que possam oferecer o melhor rendimento e performance.

A falta de cuidados com os pneus ainda é um grande desafio para quem busca o menor custo por quilômetro. Dentre os principais cuidados, destacamos os “5 Ladrões de Km”, que são fatores que reduzem significativamente a performance do pneu: o alinhamento incorreto, quando o pneu não roda corretamente, “arrastando” no solo; o balanceamento incorreto, quando o pneu “golpeia” o solo; a calibragem incorreta, quando há excesso ou falta de pressão, causando sobrecarga na carcaça e apoio inadequado ao solo; o desenho de banda incorreto, por conta do uso inadequado para o tipo de serviço; e o emparelhamento incorreto, quando há uma sobrecarga ou desgaste por falta de contato uniforme com o solo.

A Bridgestone Bandag atua ativamente na conscientização sobre o tema, oferecendo programas de orientação, treinamentos e soluções tecnológicas que auxiliam na gestão do ciclo total de vida dos pneus. Nosso objetivo é apoiar motoristas e transportadores para que possam maximizar a performance dos seus veículos, reduzir custos operacionais e operar com mais segurança nas ruas e estradas. Isso envolve desde esforços de treinamento da nossa rede — que tem contato direto com os motoristas — até campanhas de comunicação massiva em nossos canais de marca, incluindo as redes sociais.

Outra iniciativa que amplia as mensagens de segurança no trânsito é a plataforma Pense Antes de Dirigir Kids, um e-learning desenvolvido especialmente para contribuir com a educação das crianças como agentes de trânsito, lançado no Brasil em 2022 e disponível em diversos países da América Latina.

RT: Materiais mais leves, mais “verdes”, dados em tempo real são algumas das tecnologias dos pneus. O que esperar para os próximos anos e o que a empresa pode trazer para o mercado brasileiro?

MA: O futuro dos pneus está cada vez mais conectado à inovação e à sustentabilidade. A Bridgestone investe no desenvolvimento de produtos com materiais renováveis, soluções que ampliam a eficiência energética e tecnologias digitais que monitoram em tempo real a condição dos pneus.

Já estamos implementando avanços importantes no Brasil, sempre alinhados ao nosso compromisso global de reduzir o impacto ambiental, aumentar a eficiência dos transportes e contribuir para uma mobilidade mais segura, inteligente e sustentável. Nosso objetivo é que, até 2050, todos os nossos pneus sejam produzidos com 100% de materiais recicláveis ou renováveis e que nossas operações alcancem a neutralidade de carbono.

Hoje, temos pneus desenvolvidos para a Fórmula Indy com 75% de materiais reciclados ou recicláveis; estamos investindo no desenvolvimento de matérias-primas alternativas, como o guaiúle, um substituto mais sustentável à borracha natural; o conceito Enliten já está sendo aplicado aos nossos produtos, com mais tecnologia, durabilidade e sustentabilidade; frotas e motoristas já contam com ferramentas de telemetria e gestão de frotas que contribuem para os seus negócios e segurança. E podemos esperar ainda mais do futuro: os pneus sem ar (Airfree Tires) já estão em testes para veículos comerciais, enquanto pneus para uma missão lunar estão sendo desenvolvidos — tecnologia que, no futuro, será traduzida para nossas ruas e estradas.

RT: A alíquota sobre a importação dos pneus importados permanece em 16% e impacta negativamente o setor. Como lidar com essa concorrência e quais ações a Bridgestone vem fazendo para minimizar tal situação?

MA: A competição com pneus importados é um dos principais desafios do setor atualmente. A Bridgestone segue focada em manter a alta qualidade e performance de seus produtos, não apenas na primeira vida, mas também garantindo uma carcaça apta para ser reformada várias vezes. Buscamos agregar valor por meio da durabilidade e da performance dos nossos pneus, além de investir em inovação e no fortalecimento da nossa rede de atendimento.

A oferta de soluções para o ciclo completo de vida do pneu — desde o equipamento original dos veículos, passando pela reposição e serviços de manutenção, até a recapagem — é um grande diferencial da Bridgestone e contribui diretamente para a eficiência e economia dos motoristas e frotistas. Também atuamos junto a entidades setoriais para promover um ambiente de concorrência mais equilibrado, que valorize a produção nacional e estimule investimentos sustentáveis no mercado brasileiro.