Crédito mais caro!
Com Selic em alta a tendência é aumentar o custo do crédito para os transportadores

Seguindo o ciclo de aperto monetário para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano. O novo percentual, anunciado nessa quarta-feira (4), acende um alerta para o transporte. O crédito ficará mais caro, o que impacta as decisões de investimento das empresas, bem como o endividamento e a demanda dos consumidores por serviços, inclusive de transporte. A análise está retratada no Radar CNT do Transporte, publicado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Esse é o maior valor desde fevereiro/2017. A expectativa do Copom, responsável por definir a taxa, é que a decisão se alinhe ao objetivo do Banco Central de trazer a inflação para a meta nos próximos anos. Na prática, a instituição visa ao controle inflacionário por meio da desaceleração do consumo e investimento dos agentes econômicos, ao tornar mais caro o acesso ao crédito, uma vez que a Selic serve de referência para todas as demais taxas de juros.

Apesar dos esforços, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não arrefeceu, mesmo depois do início do ciclo de aumento da taxa básica de juros, iniciado em março/2021. Conforme os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado em 12 meses, o indicador usado como referência para medir a inflação atingiu 11,3% em março de 2022, valor distante do centro da meta de 3,5% definida para o ano.

Soma-se a este cenário fatores externos que influenciam no nível de preços no Brasil, seja pelas restrições nas cadeias globais de oferta de insumos e commodities frente à ainda presente pandemia de covid-19, seja pelas sanções e complicações trazidas pela guerra na Ucrânia.

Outro motivo de preocupação para o transportador diz respeito ao fato de investimentos em títulos públicos passarem a concorrer com investimentos nos setores produtivos, tendo em vista que o aumento da Selic torna mais atrativo o rendimento de aplicações de baixo risco como as ofertadas pelo Tesouro Nacional, cuja a rentabilidade está atrelada ao índice.

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