O Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em 2020, revela que a agricultura mundial vai precisar ampliar em 70% a produção de alimentos nos próximos 30 anos para uma população de quase 10 bilhões de pessoas. Nesse cenário, o Brasil terá papel fundamental.
Para 2030, a estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é uma produção de 34,9 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína no Brasil. O principal destaque é o crescimento de 28,1% da produção de carne de frango em relação ao início da década, seguido com o aumento de 26,8% de carne suína e 16,2% de carne bovina.
A logística de alimentos e bebidas é intrínseca a uma série de desafios únicos a essa indústria. Garantir que os alimentos cheguem rápido e em boa qualidade nas prateleiras dos supermercados exige um planejamento específico e estratégico, que considera o processo de ponta a ponta.
O diretor comercial da Maersk no Brasil, Douglas Piagentini, destaca que “nos últimos anos, o setor alimentício tem enfrentado cada vez mais desafios. Com o constante aumento da demanda, a empresa se adaptou para encontrar a solução de transporte mais adequada para o seu negócio. Por mar, rios, terra ou trilhos”.
O papel do Brasil nos processos logísticos
O Brasil é um país de grandes extensões de terras cultiváveis. E, justamente por essa razão, é tão importante contar com um transporte especializado e o mais personalizado possível. Afinal, cada carga tem especificidades quanto ao armazenamento, o transporte e a manutenção de sua integridade durante o percurso.
“Hoje, o Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Esse destaque internacional não seria conquistado se não houvesse por trás um importante sistema de transporte capaz de assegurar não apenas a integridade dos alimentos, como também a qualidade durante o escoamento para abastecer os mercados interno e externo”, analisa Piagentini.
A empresa conta com ferramentas importantes para que todo o processo de transporte seja seguro e o ideal para cada alimento. “São muitas alternativas para transportar variadas categorias de mercadorias. Além de equipamentos para secos, há o transporte de refrigerados, mais sensíveis às variações de temperatura, por exemplo”, afirma.
Os contêineres utilizados para o transporte de carga alimentícia e farmacêutica contam com reguladores de temperatura e sensores que reúnem dados em tempo real, com uma gama de fatores, incluindo temperatura, umidade relativa, O₂ e CO₂, controle de vedação, de circulação de ar e outros processos, para garantirem a segurança dos itens que estão na caixa de transporte.
Os contêineres contam com linhas vermelhas indicando o limite de carga, setas seguindo o caminho da circulação de ar e as portas são revestidas com materiais seguros para que não haja nenhum perigo de dano aos produtos.
Outro ponto importante é onde e como os produtos são armazenados. Todos são separados de acordo com suas categorias e conforme suas necessidades climáticas. O cuidado inicia na forma como os itens são encaixados dentro dos contêineres, pois as embalagens devem suportar manuseio brusco (enchimento e remoção), compressão do peso acumulado de pacotes empilhados, impacto e vibração durante o transporte e alta umidade durante o pré-resfriamento.
“A frota global da A. P. Moller-Maersk dispõe de 300 mil equipamentos refrigerados e 2,8 milhões de equipamentos secos”, afirma Piagentini, sendo todos passados por revisões periódicas para que não haja falhas em processos e situações climáticas e garanta segurança e qualidade durante todo o processo de transporte.
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