O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, participou do painel Race to Zero e a Economia de Baixo Carbono, em São Paulo. Em sua segunda edição, o evento reuniu líderes de segmentos diversos e aprofundou o compromisso de difundir um olhar diferenciado para a questão ambiental. O ciclo de palestras é organizado pelo grupo Celo4, responsável pela plataforma Verden, e se alinha à companha global Race to Zero, que estimula uma economia de baixas emissões.
Em sua participação, Vander Costa ressaltou a grande responsabilidade do setor de transporte, que ainda utiliza massivamente combustíveis de origem fóssil. “O Sistema Transporte tem feito uma verdadeira peregrinação pelo mundo para conhecer as tecnologias disponíveis. Por enquanto, um transporte de carga ou de passageiros que seja carbono zero em sua cadeia não existe. Porém, enquanto essa transição não ocorre, é preferível neutralizar o carbono”, instigou, referindo-se à renovação de frotas, ao uso de créditos de carbono e a outras medidas de mitigação.
“É esse o raciocínio: a gente precisa procurar poluir menor, causar menos danos ao meio ambiente. Quando o dano for inevitável, a obrigação é de reparar. Se, de fato, preciso ter caminhões movidos a diesel, que seja feito bom uso de um programa como o Despoluir, da CNT, voltado para o controle de emissões”, disse, mencionando aquele que é considerado o maior programa ambiental privado do transporte brasileiro.
O presidente lembrou que o país tem vantagens energéticas importantes, como abundância de recursos hídricos, e já utiliza fontes de energia menos poluentes, como o GNV (gás natural veicular), embora a rede de distribuição desse combustível precise ser expandida. Ele citou, também, o hidrogênio verde como muito promissor. “Para essa proposta avançar, o governo terá de regulamentar as usinas off shore, cuja capacidade de produção é três vezes maior do que as on shore”, apontou.
De acordo com a mediadora do painel, a empreendedora de economia verde Patrícia Leiva, a questão das emissões de carbono “é uma dor sentida por todos”, seja do setor público, seja da iniciativa privada. “A gente entende que é uma pauta de todos nós e não há receita pronta. Conversamos com vários empresários e cada um tenta avançar de uma forma, principalmente, quando se trata de empresas de transporte”, ponderou. A próxima edição do evento deverá ocorrer em Brasília.
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