A Iveco Bus celebra ótimo momento com crescimento em todos os segmentos em que atua. O vice-presidente da marca para a América Latina, Danilo Fetzner, conversou com exclusividade com a Rede do Transporte e explicou o sucesso de vendas do urbano Bus 17-280, comentou sobre os modelos movidos a energia alternativa, celebrou o sucesso do Caminho da Escola e deixou no ar que já existe um projeto para um chassi rodoviário. Confira tudo!

Rede do Transporte – A Iveco Bus teve mais de 260% de aumento na venda de chassis em 2024. Muitos desses foram para o Caminho da Escola. Porém, o segmento urbano também foi o destaque, principalmente com o BUS 17-280. Quais as razões para o crescimento deste modelo?

Danilo Fetzner: No segmento de transporte urbano, as empresas têm realizado renovações de frotas adiadas em função da pandemia e da migração tecnológica para o Euro 6. Muitos municípios também aderiram à política tarifária de subsídio e à tarifa zero, o que garante maior previsibilidade para aquisição de ônibus novos.  

O BUS 17-280 é um produto já reconhecido no mercado pela sua robustez, melhor consumo de combustível da categoria e alta capacidade operacional. Por isso tem sido a escolha de operadores como a Rápido Sumaré, empresa integrante de um dos maiores grupos de São Paulo, que adquiriu 100 unidades do BUS 17-280 na configuração Urbano, para renovação de frota em Piracicaba, no interior paulista. Outra cidade que adquiriu o modelo Iveco Bus é Lucas do Rio Verde, no interior do Mato Grosso. A Translocave, empresa que já era cliente da marca, recebeu 20 unidades do BUS 17-280 ao assumir o transporte urbano do município.

Em 2025, esperamos alavancar as vendas do BUS 17-280 com a chegada da nova versão Suspensão Pneumática, que entrega mais conforto ao passageiro, melhor dirigibilidade ao motorista e economia ao operador. Esse é um produto muito aguardado pelo mercado e requisito mandatório em capitais como Belo Horizonte, onde já iniciamos test-drives e apresentações em empresas da Região Metropolitana. Uma unidade do BUS 17-280 Suspensão Pneumática, inclusive, está em testes em linhas municipais de Ribeirão das Neves, na Grande BH.

Com um produto projetado para rentabilidade máxima no transporte de passageiros e um pós-venda dedicado, temos a ambição de crescer neste segmento, que é muito importante para nós.  

RT: Como está estruturado o pós-vendas pelo Brasil? Existe também uma operação de manutenção dentro da garagem se o cliente demandar?

DF: Temos um time Comercial experiente e dedicado, sempre presente na operação nas garagens. Apoiamos nossos clientes como uma verdadeira parceira e consultora, junto à Rede de Concessionários. Assim fornecemos uma solução completa, respeitando a realidade do mercado local e firmando um caminho de confiança, o que tem nos possibilitado avançar em diferentes frentes e nichos de mercado.  

RT: Em relação a combustíveis alternativos (GNV, híbrido, elétrico, etc), quais são as opções hoje para o Brasil e como está o andamento para implantação dos mesmos?

DF: Com mais de 25 anos de experiência e liderança em fontes de energia alternativa, a Iveco Bus oferece globalmente uma linha multienergética – que inclui gás natural, biometano e veículos elétricos. No Brasil, estão em fase de validação os chassis BUS 17-210 G e 17-E BEV, este último apresentado como conceito durante a Lat.Bus 2024. Essas soluções se complementam de acordo com a missão e as necessidades específicas de cada município ou região. Em São Paulo, por exemplo, existe grande potencial de aplicação do gás natural e biometano para a meta de descarbonização no transporte urbano, com veículos a gás coexistindo com veículos elétricos.

Para atender a demanda do mercado de ônibus a gás, desenvolvemos o BUS 17-210 G, modelo que vem ao encontro da demanda de gás natural e biometano existente na América Latina, se valendo da infraestrutura de abastecimento já existente nas cidades. Nosso chassi a gás tem despertado grande interesse por ser uma alternativa econômico-financeira viável para os sistemas da região.

 Além disso, assegura desempenho equivalente a um ônibus movido a diesel, com custos consideravelmente inferiores se comparado ao elétrico. 20 unidades deste modelo já operam no transporte urbano de Córdoba, na Argentina, onde temos uma unidade fabril que produz esse modelo.

Como marca que respeita o mercado local, entendemos que o Brasil necessita de soluções factíveis com a política de financiamento da tarifa e a infraestrutura de carregamento existente nos municípios.  

Com essa visão em mente, também desenvolvemos o conceito elétrico 17-E BEV focado nas características e na realidade da operação brasileira. O conceito de ônibus elétrico é derivado do nosso já conhecido chassi de 17 toneladas, com piso alto e suspensão metálica, soluções que entregam maior robustez e menores custos operacionais para o operador. Com esse projeto deixamos claro que o mercado pode contar com a robustez e o custo x benefício já reconhecidos, oferecendo ao cliente um produto com a mesma flexibilidade que eles já têm com o ônibus a diesel.

É importante dizer que somos uma marca que apoia nossos clientes não apenas na entrega do produto, mas principalmente em uma solução completa final, que garanta ao operador alta eficiência sem surpresas. Por isso, consideramos o modelo de negócios local, oferecendo produtos voltados à realidade do Brasil e da América Latina.

Nossa visão em descarbonização confirma a capacidade de inovação da Iveco Bus e reforça seu papel como líder na transição energética no transporte de passageiros.

RT: A marca se destacou no Caminho da Escola em 2024. Qual a previsão para este ano? Pretende aumentar o portfólio de chassis para o Programa?

DF: Esperamos que o mercado de ônibus continue aquecido e em ritmo de retomada no Brasil, puxado pelas entregas do Caminho da Escola, além de incentivos governamentais, como o Programa PAC Seleções.

Por sermos líderes no fornecimento na atual edição do Caminho da Escola, com mais de 7.100 unidades habilitadas, os ônibus escolares respondem por um volume considerável da nossa capacidade produtiva em Sete Lagoas (MG). Nossos ORE são reconhecidos pelas prefeituras e secretarias graças ao seu conjunto robusto e nossa ampla rede de atendimento.

Para 2025, esperamos entregar cerca de 2.400 unidades desse volume, com novas adesões solicitadas por órgãos públicos. Acompanhamos de perto as discussões em torno do desenvolvimento do programa para os próximos anos. Por isso, estaremos aptos a atender as exigências de futuros editais, incluindo a possibilidade de retornarmos ao segmento do ORE 1.

A renovação de frota do transporte escolar brasileiro é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas na área de Educação. Com iniciativas como o Caminho da Escola, o Brasil se tornou uma referência mundial na área.  

Em 16 anos de participação no Caminho da Escola, milhões de estudantes foram beneficiados com os ônibus escolares da Iveco Bus em municípios de todo o Brasil, o que é motivo de grande orgulho para nosso time.

RT: Existe algum plano de entrar no mercado de rodoviários de longa distância? O que falta para oferecer uma opção para este segmento?

DF: Atendemos parte deste mercado, de ônibus de motor dianteiro, com nosso chassi BUS 17-280, que também atende a aplicações Rodoviárias e de Fretamento, com vendas consideráveis e recentes, como para o grupo da Rápido Sumaré, que adquiriu 27 unidades do modelo – distribuídas entre a Rápido Sumaré (18 novos ônibus) e a Transportes Capellini (9 novos ônibus).  

O chassi de motorização traseira continua nos nossos planos. Como parte da nossa estratégia, optamos por desenvolver uma solução local, que atenda as exigências e particularidades dos mercados do Brasil e da América Latina. Por enquanto ainda não posso dar detalhes, mas espero falar em breve da aposta da Iveco Bus para este nicho do mercado rodoviário.