Ainda faltam subsídios!
Brasil avança nos subsídios, mas ainda segue atrás de outros países

No Brasil, aproximadamente 30% dos custos do transporte coletivo urbano são cobertos por subsídios, pagos, principalmente, com recursos governamentais; em contraste, países europeus subsidiam, em média, 55% do custo total de seu transporte coletivo, empregando uma variedade de fontes extratarifárias, que contribuem para o financiamento do serviço. Os dados foram compilados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que analisou um conjunto de 67 sistemas de transporte brasileiros que adota o subsídio tarifário aos passageiros (e divulga essa informação), e comparou com a média dos subsídios praticados por uma amostra de 11 cidades de diferentes países europeus.

 Segundo o estudo, o Brasil teve um forte crescimento no número de cidades que subsidia seus serviços de transporte público nos últimos quatro anos, atingindo, atualmente, 365 cidades. Desse total, 135 praticam a tarifa zero e 237 subsidiam o transporte (sendo que sete oferecem subsídio e tarifa zero parcial, em dias específicos da semana ou linhas específicas). Apesar do aumento, o número de cidades que subsidia seus sistemas de transporte ainda é minoria: representa 13% do total de 2.703 municípios brasileiros que têm sistemas organizados de transporte coletivo urbano por ônibus. O restante continua custeando o serviço, basicamente, com receitas tarifárias, ou seja, com o valor da passagem paga pelo usuário. 

Considerando o recorte de 67 sistemas de transporte avaliados pela NTU, 32 ultrapassam a média de subsídios do país, que é de 30%. Entre os mais subsidiados, estão Araucária-PR, com 75%; Votuporanga-SP, com 72%; e Santa Luzia-MG, com 67%. 

Cerca de 44% da população brasileira é atendida por sistemas de transporte coletivo urbano subsidiados. De acordo com a pesquisa da NTU, essas 365 cidades empregam uma variedade de modelos de subsídio, que podem variar desde a cobertura total dos custos (tarifa zero) a diferentes graus de apoio financeiro. Um exemplo é o da cidade de São Paulo, que subsidia cerca de 50% do custo da tarifa e adota a tarifa zero aos domingos, promovendo maior acesso às atividades de lazer e facilitando a mobilidade urbana.

O levantamento da NTU também mostra que, das 135 cidades brasileiras que adotam a tarifa zero, a maioria (64%) possui população inferior a 50 mil habitantes, indicando uma tendência de implementação dessa política em municípios de menor porte. 

Subsídios na Europa

De acordo com a European Metropolitan Transport Authorities (EMTA), fonte dos dados usados pela NTU, os subsídios públicos ao transporte em cidades europeias aumentaram de 47%, em 2019, para 55%, em 2020, impulsionados, principalmente, pela pandemia de covid-19. Cidades como Praga, Berlim e Madri intensificaram seus esforços para assegurar a continuidade da mobilidade urbana durante o período crítico da crise sanitária.

“À medida que o mundo se adapta a uma nova realidade, a importância dos subsídios, para a continuidade e qualidade do transporte público, cresce”, destaca Francisco Christovam, diretor executivo da NTU. “Afinal, subsidiar o passageiro ajuda a manter a tarifa módica e amplia o acesso ao serviço”.

Com informações NTU

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