Estratégia como arma!
Incertezas econômicas estimulam a gestão estratégica nas empresas de transporte

A oscilação no preço dos combustíveis, principalmente o óleo diesel, gera reajustes nos valores do frete. Só nos últimos dois meses, o segmento enfrentou um aumento de 14,26% deste combustível, de acordo com a Petrobras. No entanto, a nova lei de limitação dos impostos proíbe os estados de cobrarem uma taxa superior ao Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de produtos essenciais, de 17% a 18% dependendo da localidade. Isso gerou no começo deste mês uma queda de 2% no valor final do diesel Segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).

Historicamente, essas incertezas, associadas à falta de combustíveis, infraestrutura e de segurança nas estradas, criam a necessidade de os empresários investirem em estratégias de gestão para se prevenir dos próximos acontecimentos, o que inclui planejamentos assertivos e treinamentos internos.

Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, localizada em São Bernardo do Campo (SP), destaca a importância de um planejamento estratégico e como a sua empresa está lidando com a instabilidade econômica durante o ano. “Anualmente fazemos o nosso planejamento estratégico e estabelecemos metas para cada departamento da empresa. Assim, a cada mês, fazemos reuniões que chamamos de ‘rituais de gestão’, nas quais verificamos o andamento de cada meta e analisamos se devemos rever algo para dar mais consistência e cadência para atingirmos os objetivos estabelecidos. Alguns exemplos do que analisamos são faturamento, lucro, redução de avarias, satisfação de terceiros e programa de desenvolvimento individual”.

O aumento substancial nos bolsos das organizações consequentemente afeta as negociações com clientes e parceiros — ou seja, as companhias precisam estar em constante contato com eles para que esse repasse ou movimentação de valores seja menos impactante para ambos.

Danilo salienta que têm se tornado frequentes as negociações e que passou a ser um desafio conseguir encontrar um meio termo que seja bom para os dois lados. “Tem sido desafiador, pois todos os insumos aumentaram: pneus, aço, implemento rodoviário e salários. Contudo, temos bons contratos, e o diálogo com nossos clientes tem sido em alto nível e respeitoso até o momento. Entendemos que não é fácil para ninguém — nem para nós, nem para os clientes. Bom senso, paciência e resiliência são atitudes que devemos ter nesse período”.

Outro fator que vem incomodando bastante o setor é a falta de infraestrutura e seguranças nas rodovias. Segundo um levantamento da NTC&Logística, os roubos de carga tiveram aumento de 1,7% no país em 2021, e de acordo com a associação o número total de registros passou de 14.150, em 2020, para 14.400, no ano passado, acarretando um prejuízo financeiro de R$ 1,27 bilhão.

A região com o maior número de ocorrências foi a Sudeste, com 82% dos casos. Em seguida aparece a região Sul, com 6,82, seguida do Nordeste, com 5,44%, depois Centro-Oeste, com 3,66%, e Norte, com 1,42%. Dentre as mercadorias mais visadas estão alinhamentos, eletroeletrônicos, peças de veículos, defensivos agrícolas e produtos farmacêuticos.

O presidente da ABC Cargas relata que precisou se abdicar do transporte de alguns produtos, como pneus, cigarros e eletrônicos, para fugir do prejuízo com essas práticas nas estradas. “Infelizmente às vezes precisamos tirar da balança a compensação financeira e pensar na segurança como um todo da empresa, e principalmente dos nossos motoristas”.

Para estabelecer estratégias de como superar esses desafios, as empresas do segmento vêm buscando entender melhor o gerenciamento de risco, implantando ainda mais equipamentos de segurança com o auxílio da tecnologia e oferecendo suporte a quem está atrás do volante.

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