Nos últimos anos, as empresas de transportes estão enfrentando turbulências provocadas por instabilidades econômicas, sociais ou até mesmo políticas. Os esforços e as renegociações baseados em recomposição de preços se mostram insuficientes para o reequilíbrio do setor, provocando uma forte mudança da matriz de custos de frotas próprias para a contratação de agregados ou até mesmo outras ações de garantia de resultados financeiros.
Para os embarcadores, a pressão no aumento de preços gera uma busca acelerada por novos parceiros como forma de minimizar esses impactos diretos. A síntese disso acaba sendo o repasse dos custos para o próximo elo da cadeia, até chegar ao consumidor final. Isso não é nenhuma novidade, pois é a prática do modelo convencional se encaixando em uma situação que está acontecendo no mundo todo.
Mas ficam algumas perguntas: e se pensássemos e agíssemos de maneira diferente? E se nos uníssemos para construir um novo modelo? E se pudéssemos ir muito além do discurso e da intenção e praticássemos a essência dos fundamentos de “coletividade, igualdade e equidade”, interagindo com todas as partes em busca de soluções que efetivamente possam gerar transformações para o setor?
Quando nos vemos como parte de um processo maior, nos desviamos da visão limitada de “concorrência” e lutamos pelo crescimento amplo e de forma realmente sustentável, proporcionando soluções de entrega com menores impactos em custos. Pensar de forma holística, participativa e integrativa pode estabelecer cenários diferentes com novas ideias e um novo modelo que proporcione transformação.
A logística se tornou um grande e necessário processo integrado dentro de qualquer organização e segmento de mercado e o elo entre as várias atividades é o transporte. Nesse contexto, e como empresa transportadora, aumenta ainda mais a nossa responsabilidade com os clientes, com país e com a nossa nação.
Não podemos ignorar que os impactos financeiros crescentes em qualquer processo de negócio forçam mudanças competitivas cuja velocidade está diretamente ligada à intensidade e frequência dessa pressão.
O setor de transportes precisa ser sustentável a longo prazo antes que a médio prazo a aproximação da produção ao consumidor final seja uma solução de competividade a curto prazo para os embarcadores.
Por Célio Malavasi, diretor de Operações da MXP Multimodal
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