Amanha (22), das 9h às 13h, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) realiza o 7º Fórum CNT de Debates, que terá como tema “Segurança Pública e a Atividade Transportadora”. O evento será realizado de forma híbrida – presencialmente, no edifício-sede da CNT, em Brasília, e com transmissão online no canal da CNT no YouTube. A OEI (Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil é correalizadora do evento.
A pesquisa Análise de Grandes Riscos do Setor de Transporte, publicada pela CNT em agosto, revelou que o crime organizado é o segundo maior risco para o setor de transporte, na avaliação dos empresários. Os roubos e furtos ficaram à frente da escassez de mão de obra qualificada e atrás apenas das alterações das leis e normas.
Para se ter uma ideia do quanto a segurança pública impacta o setor, entre as empresas de transporte rodoviário urbano de passageiros, no último ano, 59,2% foram vítimas de assalto, 40,2% sofreram depredação e 20,1% tiveram veículos incendiados. Em um dos casos mais recentes, no Rio de Janeiro, 35 ônibus foram incendiados por criminosos, causando prejuízos para o trabalhador e para as empresas. O fato motivador foi a morte de um miliciano que atuava na região durante uma operação policial. O BRT teve de suspender a circulação de várias linhas; e um trem também foi atacado pelos bandidos e acabou parcialmente queimado.
O roubo de cargas, que impacta a cadeia produtiva, também é outro ponto central das discussões. Segundo pesquisa da NTC&Logística, o Brasil registrou prejuízo de R$ 1,2 bilhão no último ano, somente devido a esse tipo de crime.
Além de prejudicarem a economia do país, esses crimes podem afetar o abastecimento de produtos e o deslocamento de passageiros, reduzir a competitividade das empresas e resultar em aumento dos custos para os consumidores.
A violência também causa efeitos colaterais para toda a sociedade, como a redução da quantidade de veículos em circulação e a depredação do patrimônio. O cidadão usuário, geralmente de baixa renda, acaba pagando a conta duas vezes: uma com os impostos — que precisam ser realocados da saúde ou da educação para cobrir os prejuízos — e outra com os transtornos de não conseguir usufruir do transporte coletivo.
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